by Bernardo A. de Almeida
O meu pranto
Agulha
Foi teu manto
Ou guia
Lua fora da lei
E da linha – o fim
É fim da linha
O meu pranto
Desértico
É rua e rosna atravessado
Como uma puta
Astuta
Irmã da escuridão
Em morte pré-matura
Dura, mas sofre um bocado
O meu pranto
É vala
E estoura
A boca torta
Do silêncio mudo que cala
Covarde
Invade, invade e evade...
O meu pranto
É donativo seu
Avante, tortura!
Luva, caindo como
Uma pena
Sobre a minha surdez
Caridoso destempero
Em podre ternura
É donativo seu
Também a candura
Avante, tortura!
Pior tontura
É a loucura de amanhecer
Pendurado em seu
Guarda-sol
From:
Salvador - Bahia - Brasil
Copyright ©:
Bernardo A. de Almeida
Last updated May 24, 2012